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Joanna Maranhão é atacada nas redes após Carlos Bolsonaro distorcer frase sobre pedofilia

19 de julho de 2018

A nadadora, que sofreu abuso na infância, é um dos principais nomes no combate à pedofilia, tem uma ONG em defesa da infância e dá nome a uma legislação sobre o assunto

Reprodução

A atleta e ativista Joanna Maranhão relatou em seu Twitter que está sendo atacada nas redes por conta de uma postagem feita pelo vereador do Rio de Janeiro Carlos Bolsonaro, filho do pré-candidato a presidência Jair Bolsonaro. O vereador publicou um tuíte onde tira de contexto uma frase de Joanna sobre pedofilia e abuso.

A nadadora tem conhecimento sobre o assunto, foi abusada por um ex-treinador quando tinha apenas 9 anos. E fundou a ONG Infância Livre para conscientizar as pessoas a respeito de abusos sexuais e ajudar crianças vítimas de pedofilia.

Ativa nas redes sociais, Joanna fez uma sequência de postagens sobre o assunto. Numa delas, ela explica que “pedofilia é um distúrbio, e existem (minoria mas existem) adultos que sentem atração sexual por crianças (pedófilos) e reprimem esse desejo, ou seja, são pedófilos mas não são abusadores”.  E ainda completou: “E quem afirma isso não sou eu, são especialistas da área jurídica e médica. Existem crianças que foram abusadas que se tornam abusadores por acreditarem que esse comportamento seja ‘normal’, normatizam violência”.

O filho de Bolsonaro aproveitou-se da falta de conhecimento sobre o assunto, seu e de seus seguidores, para espalhar uma fake news contra Joanna, invertendo o sentido: “Filiada ao PSOL defende que nem toda pedofilia é abuso!”.

Manifestações de repúdio a Carlos Bolsonaro

Após a fake news de Bolsonaro, diversas personalidades têm se manifestado. “Joana Maranhão ofereceu sua história de vida pra proteger outras crianças vítimas de abuso sexual. Respeitem Joanna e ñ desvirtuem suas palavras!”, escreveu a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS).


Há seis anos está em vigor a legislação conhecida como “Lei Joanna Maranhão”, em homenagem à nadadora, que determina que o prazo para prescrição dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes só comece a contar quando elas completarem 18 anos. Segundo o texto, os crimes com maior gravidade como estupro têm um prazo de até 20 anos a partir da maioridade para que se denuncie o agressor. A lei é considerada um marco nos direitos das crianças e adolescentes.

 

 

Fonte: Revista Fórum