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Escola Sem Mordaça | Professores merecem respeito, não censura! 

10 de novembro de 2018
Imagem da Frente Nacional Escola Sem Mordaça

O governo Bolsonaro nem começou, mas os ataques à liberdade e à democracia se intensificam. Aliados do presidente eleito se movimentam no Congresso Nacional para aprovar diversos projetos absurdos contra o povo, entre eles a criminalização dos movimentos sociais e o ataque à aposentadoria dos mais pobres. Além disso, o grupo do Bolsonaro elegeu um outro alvo que merece todo o apoio dos brasileiros que lutam por um País melhor: os professores.

Disfarçado com o nome de Escola Sem Partido, o que este projeto pretende é CENSURAR professores e alunos em sala de aula, tornando as escolas públicas e particulares um local de vigilância e repressão, e não de liberdade de expressão e de aprendizado. Ao invés de valorizar os professores, que merecem respeito e admiração da população, querem tornar cada educador um potencial criminoso político.

Para combater uma paranoia de setores de extrema-direita da sociedade, que acreditam haver uma ridícula ‘conspiração’ comunista ocorrendo em milhares de salas de aulas por todo o Brasil, os apoiadores de Bolsonaro querem calar a voz de milhões de professores e estudantes. E para isso vale-tudo, inclusive orientar crianças e adolescentes a gravarem seus professores para denunciá-los, tornando cada criança num potencial agente de repressão política.

O projeto de lei não se restringe a negar ao professor sua liberdade de ensinar: mesmo os alunos estarão proibidos de expressar opinião em sala de aula. Esqueça um ambiente saudável onde os jovens têm a chance de expandir seus conhecimentos, participando conjuntamente com colegas e professores de discussões que estimulem o pensamento crítico. No mundo dos sonhos dos bolsonaristas, a escola será uma prisão de ideias.

Cartum de Claudius, chargista do Pasquim, publicado no Jornal do Brasil em 7 de Abril de 1964.

Nesse cenário pavoroso, onde os professores serão obrigados a tratar superficialmente temas que podem ser vistos como polêmicos pelos paranoicos da extrema-direita, as primeiras vítimas serão os alunos. Mas esse é só o primeiro passo: posteriormente, toda a sociedade vigiada. Depois da censura na escola, teremos a censura nas artes, no trabalho, na igreja, na imprensa…

Com o Escola Sem Partido, como poderá ser tratado em sala de aula o tema fundamental dos 350 anos de escravidão no Brasil e seus reflexos nas desigualdades nos dias de hoje? Lembrando que o presidente eleito não respeita as comunidades quilombolas, descendentes dos bravos escravos que se levantaram contra a opressão, e a extrema-direita quer reescrever a História para que os crimes da escravidão sejam minimizados.

Como serão discutidos em sala de aula os crimes praticados pelos colonizadores europeus contra as populações indígenas em toda a América, que continuam sendo perpetuados até hoje e são parte importante da retórica do presidente eleito, que defende o fim das demarcações de terras indígenas no Brasil?

Não haverá mais espaço para exposições críticas de temas como a Revolução Francesa, o colonialismo, a Revolução Russa, a Segunda Guerra Mundial, as ditaduras militares no Brasil e América Latina, as lutas pela independência nos países africanos, o Apartheid na África do Sul, a Questão Palestina, as guerras travadas por petróleo pelos Estados Unidos.

Mas a polícia do pensamento de Bolsonaro não vai vitimar só o campo das ciências sociais. Como ficará o ensino científico, se a teoria da evolução das espécies se chocar com a fé religiosa dos pais dos alunos? Os professores terão de se calar sobre o conhecimento?

Um estudo divulgado no dia 7 de novembro pela Fundação Varkey mostra que o Brasil está na ÚLTIMA posição entre 35 países no ranking de prestígio aos professores. Estes profissionais são mal pagos e muitas vezes não contam com o apoio dos pais de alunos. Agora, o Escola Sem Partido quer torná-los criminosos aos olhos da sociedade. Este é o País onde queremos viver?

Por todos estes motivos, o MTST está ao lado dos professores na luta pela democracia e liberdade na sala de aula. Nossos educadores merecem respeito, valorização, bons salários e escolas equipadas, e não perseguição da sociedade motivada por mentiras espalhadas por pessoas quem aparentemente nunca pisaram numa sala de aula.

Como já dizia o pedagogo Rubem Alves:

“Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas”

Não vamos permitir que nossas escolas virem presídios. Educação se faz com professores e liberdade. Essa luta é de todos nós!

MTST! A Lula é Pra Valer!