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‘A seleção não é deles’: candidatos de esquerda vestem a amarelinha

23 de junho de 2018

Manuela, Boulos e Ciro defendem paixão dos brasileiros pela seleção, enquanto Lula ataca de comentarista

Manuela e Boulos vestiram a amarelinha, enquanto Lula comenta jogos da seleção

Antes de a bola rolar na Copa do Mundo da Rússia, não foram poucos os eleitores do campo progressista que se mostraram indispostos a torcer pela seleção brasileira. Associada às manifestações favoráveis ao impeachment de Dilma Rousseff e em defesa da prisão de Lula, a amarelinha tornou-se um uniforme não apenas esportivo, mas político nos últimos anos.

Desde o início da Copa, candidatos progressistas à presidência buscam ressignificar o fardamento da pátria de chuteiras. Em vez de demonizá-lo, eles passaram a associar a seleção, que derrotou a Costa Rica por 2 x 0 nesta sexta-feira 22, ao povo brasileiro e ao projeto de defesa dos interesses nacionais.

Pré-candidata pelo PCdoB, Manuela D’Ávila foi uma das primeiras a se posicionar em favor da torcida pela seleção. Em entrevista recente a CartaCapital, ela argumentou que o futebol é do povo brasileiro, e não dessa “elite anti-nacional”. “Os caras já nos roubaram tudo. Deram um golpe, roubaram o governo, o programa de governo, a CLT, querem roubar a Previdência Pública, e ainda vão nos tirar nossa brasilidade, nossa paixão pelo Brasil?”, questionou a deputada. “Deixar que eles roubem isso, comigo não”.

Ela afirma que sua militância no PCdoB está muito ligado à defesa do Brasil e de um projeto nacional de desenvolvimento, algo que se reflete na paixão pela seleção. “Não existirá como desenvolver esse País e enfrentar esses interesses poderosíssimos, anti-nacionais, se a gente não tiver amor pelo que é nosso. O futebol é nosso, não é dessa elite não.”

Após a vitória contra a Costa Rica, a pré-candidata publicou um foto em que comemorava o resultado.


Guilherme Boulos, pré-candidato pelo PSOL, seguiu linha semelhante. Em suas redes sociais, publicou uma foto em que vestia a camisa principal da seleção enquanto comemorava o gol sobre a Suíça na primeira rodada. “Vai, Brasil. A camisa não é da CBF, é do Brasil. A seleção não é deles, é do Brasil.”

Após a partida contra a Costa Rica, Boulos reverenciou o técnico Tite e afirmou que “vida de corintiano nunca foi fácil”. O treinador chegou à seleção após trabalhos vencedores no time paulista.

Ver imagem no Twitter

Guilherme Boulos

@GuilhermeBoulos

Vida de corintiano nunca foi fácil… Parabéns pra nossa seleção!

Ciro Gomes não chegou a vestir a amarelinha, mas também engrossou o coro dos outros candidatos do campo progressista. “Tudo bem, usaram a camisa da nossa seleção para coisa muito desonesta. Tudo bem, 7 x 1 foi pra lascar. Mas tão me pergutando: ‘Vai torcer o quê?’ Ah, vou torcer Brasil. Vamo torcer, futebol é futebol, política é política, quem mistura é que tá errado”, afirmou o pré-candidato do PDT em um vídeo nas redes sociais.

Durante a partida contra a Suíça, Ciro publicou uma foto em que assistia ao jogo enquanto esperava para embarcar no aeroporto de João Pessoa.

Mesmo preso, Lula não ficou de fora. Apaixonado por futebol, o ex-presidente não perdeu tempo com o debate sobre a desconfiança de parte da esquerda com a seleção. Em seus comentários enviados ao programa do jornalista José Trajano na TVT, o petista concentrou-se no futebol.

“O jogo de estreia da seleção demonstrou uma máxima do futebol que sempre repetimos: treino é treino e jogo é jogo”, afirmou o petista. “Jogo de eliminatórias é uma coisa e jogo de Copa do Mundo é outra. E foi exatamente isso o que aconteceu”.

Lula preferiu não culpar o juiz da partida, que foi criticado por ter prejudicado a seleção em lances capitais. “Sinceramente, o fato é que não jogamos bem e o adversário fez o que tinha de fazer, que era impedir o jogo do Brasil”

Em relação à Costa Rica, adversário do Brasil nesta sexta-feira 22, Lula recomendou cuidado. “Afinal, todos sabem que um dia o pequeno Davi venceu o Golias”. Quais serão as impressões do ex-presidente sobre a segunda rodada?

 

Por Miguel Martins

Fonte: Carta Capital